Desiderata…
Desiderata
Procure viver em harmonia
com as pessoas que estão ao seu redor,
sem abrir mão de sua dignidade.
Fale a sua verdade, clara e mansamente.
Escute a verdade dos outros,
pois eles também têm a sua própria história.
No meio do barulho e da agitação,
caminhe tranqüilo,
pensando na paz
que você pode encontrar no silêncio.
Evite as pessoas agitadas e agressivas:
elas afligem o nosso espírito.
Não se compare aos demais,
olhando as pessoas como superiores
ou inferiores a você:
isso o tornaria superficial e amargo.
Viva intensamente os seus ideais
e o que você já conseguiu realizar.
Mantenha o interesse no seu trabalho,
por mais humilde que seja:
ele é um verdadeiro tesouro
na contínua mudança dos tempos.
Seja prudente em tudo que fizer,
porque o mundo está cheio de armadilhas.
Mas não fique cego para o bem que sempre existe.
Há muita gente lutando por nobres causas.
Em toda parte, a vida está cheia de heroísmo.
Seja você mesmo.
Sobretudo não simule afeição
e não transforme o amor numa brincadeira,
pois no meio de tanta aridez,
ele é perene como a relva.
Aceite com carinho o conselho dos mais velhos
e seja compreensivo
com os impulsos inovadores da juventude.
Cultive a força do espírito
e você estará preparado para enfrentar
as surpresas da sorte adversa.
Não se desespere com perigos imaginários:
muitos temores têm sua origem
no cansaço e na solidão.
Ao lado de uma sadia disciplina,
conserve, para consigo mesmo,
uma imensa bondade.
Você é filho do Universo,
irmão das estrelas e árvores,
você merece estar aqui.
E mesmo se você não puder perceber,
a terra e o Universo vão cumprindo o seu destino.
Procure, pois, estar em paz com DEUS,
seja qual for o nome que você lhe der.
No meio de seus trabalhos e aspirações,
na fatigante jornada pela vida,
conserve, no mais profundo do ser,
a harmonia e a paz.
Acima de toda mesquinhez,
falsidade e desengano,
o mundo ainda é bonito.
Caminhe com cuidado,
faça tudo para ser feliz
e partilhe com os outros a sua felicidade.
DESIDERATA – Do Latim Desideratu:
Aquilo que se deseja, aspiração.
Este texto foi encontrado na velha Igreja de Saint Paul,
Baltimore, datado de 1692.
Foi citado no livro “Mensagens do Sanctum Celestial”,
do Fr. Raymond Bernard.
O texto é de Max Ehrmannn e foi registrado pela primeira vez em 1927.